O equilíbrio das energias do feminino e masculino
Em muitos ambientes corporativos, vejo bastante presente a energia do masculino (aqui não estou me referindo a homem ou mulher, mas, sim, às 2 energias = masculino e feminino, que habitam em todos nós).
A energia do masculino é a da realização, já a do feminino é a do acolhimento e da inteligência emocional. Nada no extremo e em excesso é saudável!
A ideia aqui é trazer o viés das duas energias que se completam. Portanto, reconhecer se você está em desequilíbrio é fundamental.
O excesso da energia do masculino traz rigidez, controle, agressividade, arrogância e necessidade de domínio. Já a do
feminino traduz carência, dependência, tornando o indivíduo muito sentimental, manipulador e na posição de vítima.
Até hoje, aprendemos que ser um bom líder é ser assertivo, focado, saber direcionar, ordenar e tomar decisões. Todos esses comportamentos são, sem dúvida, necessários e estão conectados com a energia do masculino. Entretanto em excesso, ela pode levar ao lugar do poder que domina e inibe, criando ambientes tóxicos, pois, afinal, se o poder é sobre o outro, então, o outro não tem um lugar de expressão tão legítimo.
E essa infelizmente é a realidade em muitas empresas. Estamos vivendo uma exaustão desse sistema, em que prevalece a energia do masculino. Os indicadores desse desequilíbrio são equipes com dificuldade de inovar, porque isso pede a criatividade que vem da energia do feminino. Muitas empresas estão com dificuldades de manter seus talentos, de praticar a diversidade, que estão relacionadas à energia do feminino, do cuidar, reconhecer, desenvolver, dar abertura, construindo ambientes colaborativos.
A energia do masculino vem sendo indispensável para a evolução das organizações, porém não dá mais para enxergar as pessoas como números. Temas como saúde mental e felicidade passaram a ser tão importantes quanto bater a meta de faturamento no final do mês.
Precisamos resgatar a energia do feminino adormecida, abafada e blindada que existe em todos nós.
Não dá mais para continuar este movimento exploratório, no qual, ao passar o crachá na catraca, entra em cena um profissional produtivo e focado em resultados, sem o mínimo espaço de escuta empática. Somos seres humanos e não máquinas.
Por isso, os altos índices de pessoas pedindo demissão, sem ao menos já ter outro emprego e muitas estão adoecendo nas organizações.
E é aqui que entra a liderança humanizada, trazendo mais presente a energia do feminino, balanceada com a energia do masculino.
Neste livro, você aprenderá sobre diversas skills mencionadas neste artigo.
A liderança humanizada constrói um caminho de autoridade e admiração e não tenta liderar por um viés de imposição que com frequência o poder traz, como você aprenderá ao ler mais sobre a skill de autoridade no artigo de Izabela Mioto.
Noto, nas organizações, homens com a energia do feminino oprimida dentro de si, não podendo expressar suas emoções, construindo relações frias com as pessoas. Não porque não se emocionam ou não são empáticos, mas porque o ambiente corporativo, muitas vezes não traz esse lugar de acolhimento, reprimindo esse tipo de comportamento.
Isso adoece não só o individuo, mas o ambiente corporativo! Lembro-me de um executivo, que atendi num processo de coaching, que me relatou que precisava mentir para os colegas de trabalho quando recebia um convite para jogar futebol ou ir a um barzinho no final da tarde, pois sabia que haveria bullying se contasse o verdadeiro motivo, que era buscar o filho na escola, ou ter que fazer o supermercado da semana, pois uma das únicas vezes em que ele foi verdadeiro, ele me relatou que ouviu de um colega: “Você não tem mulher pra fazer isso?”.
Percebam como a ausência da energia do feminino na cultura da empresa afeta genuinamente as conexões! Portanto, minha recomendação é que você esteja sempre em estado de presença e pratique o autocuidado, observando conscientemente que energia está prevalecendo em você e no seu time, para não ficar em uma polaridade só.
* Lucedile Antunes: Minha essência é visionária e meu maior propósito é ter influência na construção de um futuro, provocando nas pessoas na busca pelo autoconhecimento e expansão de consciência, para obterem melhores resultados. Consideram-me um ser humano com uma energia contagiante. Sou curiosa e apaixonada pelo aprendizado contínuo. Todos dizem que eu nunca paro! Mãe da Julia e do Raphael, que me ensinam a cada dia o que é a amorosidade e a flexibilidade para lidar com os desafios da vida.
Uma das referências no Brasil no desenvolvimento de Soft Skills. Palestrante, Fundadora da L. Antunes Consultoria & Coaching, Mentora e Coach reconhecida internacionalmente pelo ICF – International Coach Federation, Autora de mais de 10 livros e diversos artigos sobre o tema Pessoas e Organizações. Idealizadora da série Soft Skills, reconhecidos em 2020 e 2021 como best-sellers pela revista VEJA.
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